Arte de homenagem ao dia das mães

Dia das Mães é homenageado por Sem Barreiras

08/05/2015 Notícias 0
Fátima sorri ao lado de Lucas

Fátima e seu filho Lucas se divertem em Ecopoint

Domingo, dia 10 de maio, é o Dia das Mães, das mulheres que nos colocaram no mundo e nos amam incondicionalmente. É o dia daquelas que nos ensinaram o que é ser humano, o que devemos e o que não devemos fazer, que nos protegeram e vão nos proteger até o dia que deixarem esse planeta. “Mãe carrega o filho na barriga por nove meses; no colo, por cerca de três a quatro anos e a vida inteira no coração” diz a sabedoria popular. Diz também que a mulher começa a se preparar para ser mãe ainda criança, treinando com suas bonecas e brincando de casinha. Ela cresce e o tal instinto materno vai se desenvolvendo e ficando cada vez mais forte. Fala-se também na intuição de mãe e que coração de mãe não se engana. Comprovado pela ciência? Talvez não, mas não importa. Elas acreditam e há inúmeros exemplos que comprovam.

Fátima Braga, mãe de Lucas, 13 anos, que sofre de Amiotrofia Muscular Espinhal (AME) tipo I disse que foi sua intuição de mãe que a fez desconfiar da doença do filho quando ele tinha apenas quatro meses de vida contra as opiniões dos médicos de então (leia mais). E ela estava certa. Não duvidemos da intuição de mãe e muito menos da força que essas mulheres têm para proteger suas crias. A própria Fátima conta que os médicos estipularam um prazo de vida para Lucas, mas ela jamais aceitou isso e hoje ele superou e muito esse prazo. O mesmo fez a mineira de Uberlândia Karolina Cordeiro, com seu filho Pedro. Aos oito meses, ele começou a apresentar febre sem motivo aparente e a dormir muito. Ela começou a pesquisar e a falar com vários médicos até que uma neurologista descobriu que Pedro sofria da Síndrome de Aicardi-Goutières, raríssima e que atinge a acerca de 80 pessoas no mundo. Pedro deveria viver apenas dois anos com essa Síndrome, mas Karolina, a exemplo de Fátima, disse que não e Pedro acaba de completa oito anos de vida (Leia aqui a história de Karolina Cordeiro).

Karolina com seu filho Pedro

Karolina Cordeiro desafiou a ciência para prolongar a vida do filho

De onde vem essa força? Não se sabe e, sinceramente, não importa muito. Entra para aquele rol de coisas inexplicáveis do Universo, como a fé, por exemplo. O fato é que o desejo de ser mãe supera obstáculos. A fotógrafa paulista Renata Coelho foi diagnosticada com Diabetes tipo I insulino-dependente. Além da necessidade de tomar várias doses do medicamento todos os dias, Renata soube que não poderia ter filhos, pois sua condição médica faria o bebê nascer com alguma deficiência. “Saí desconsolada do consultório, chorei muito, tive medo, mas não aceitei aquela sentença, eu queria sim ser mãe”, contou ela aqui. Alguns anos depois, engravidou e nasceu Sarah, em 2010. A pequena tem Síndrome de West, um tipo raro e grave de epilepsia. Mais uma vez, os prognósticos de futuro de Sarah eram nebulosos e mais uma vez Renata os desafio e resolveu viver um dia de cada vez, sem se preocupar com o amanhã. Sarah demorou mais do que uma criança sem a deficiência, mas aprendeu a andar sozinha, a sentar e está começando a falar. “Para uma mãe de criança especial, cada aprendizado, por menor que seja, é uma vitória incrível. O que passa batido para uma criança típica é uma conquista sem tamanho para uma criança especial”, disse.

Gislenne Lyra, ou simplesmente Gis Lyra, tem experiência dos dois lados, é mãe de Gislley, 19, e João Guilherme, 4. Aos 20 anos, engravidou da garota, apenas sete dias da morte de seu pai, “meu porto seguro”, diz ela. “A Gislley veio amadurecer a menina que ainda tinha em mim”, complementa. Gislley nasceu sem nenhuma deficiência e, durante 15 anos, reinou em casa como filha única. Quando Gis completou 35, descobriu que estava grávida novamente. Veio João Guilherme e a surpresa: ele tinha Síndrome de Down. “Descobrimos a SD somente quando ele nasceu, foi um susto e ao mesmo tempo tive muito medo. Medo de não conseguir ser para ele o que ele precisava. Apesar de ter um irmão com SD, a responsabilidade agora era minha”. O irmão a que ela se refere é Beto, que tinha 51 anos à época do nascimento de João. As dificuldades foram muitas, mas o amor e a paz que seu Reizinho, como ela se refere ao pequeno João Guilherme, transmite a faz mais forte e paciente. “Curti cada etapa do desenvolvimento ‘típico’ da minha filha e simplesmente me delicio e aprendo com cada conquista do meu filho”, disse.

Sarah e Renata Coelho

Renata Coelho jamais aceitou diagnóstico sombrio da filha Sarah

Gislenne mora em São Luis e é casada com João Menegazzo. Para ela, “não há descrição capaz de definir a grandeza e a infinidade de sentimentos que a maternidade traz”. Apesar de ser mãe de uma criança com Síndrome de Down e outra sem a Síndrome, Gis não vê diferença no tipo de amor. “Posso dizer que ser mãe, quer seja de uma criança especial ou não é um desafio diário e um aprendizado constante”. Ela diz voltar a ser adolescente com a filha e a ser criança com seu Reizinho. “Ser mãe é ser fonte de vida, pois meus filhos são o meu cheiro de paz, de justiça e responsabilidade, minha força”. Leia o depoimento de Gis no Sem Barreiras.

São histórias belíssimas de superação, em que o desejo de ser mãe e a não aceitação das verdades absolutas da ciência garantem que seus filhos cresçam cercados de amor, carinho e cuidados. A gravidez é, sem dúvida, um momento único na vida de um casal, especialmente da mulher, que sente uma vida se formando dentro dela, mexendo, se movimentando. Seu corpo vai acompanhando esse crescimento. Após o nascimento, a possibilidade da mulher alimentar o filho com o leite produzido por ela própria. Mães contam que não há emoção maior do que segurar seu bebê pela primeira vez logo após o nascimento, ainda quentinho do útero, ou colocá-lo no seio e vê-lo sugar o leite. Talvez isso explique porque elas não aceitam que um médico diga que seu filho terá pouco tempo de vida ou que não deveria ter nascido. Parabéns, mamães, pela sua força, seus instintos, seu poder de superação e de amar seus filhos. Muito obrigado pela vida que nos deram e por tudo o que somos.

Gis, João no colo e Gislley

Gis Lyra com seu Reizinho João e Gislley

Origens do Dia das Mães

A mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses. A Enciclopédia Britânica diz: “uma festividade derivada do costume de adorar a mãe, na antiga Grécia. A adoração formal da mãe, com cerimônias para Cibele ou Rhea, a Grande Mãe dos Deuses, era realizada nos idos de março, em toda a Ásia Menor”.

Nos Estados Unidos, as primeiras sugestões em prol da criação de uma data para a celebração das mães foi dada pela ativista Anna Marie Reeves Jarvis (1832-1905), que fundou, em 1858, os Mothers Days Works Clubs (Clubes de Trabalho no Dia das Mães, em tradução livre do blog), com o objetivo de diminuir a mortalidade de crianças em famílias de trabalhadores. Jarvis organizou, em 1865, o Mother’s Friendship Days (Dias de Amizade Para as Mães) para melhorar as condições dos feridos na Guerra de Secessão (1861-1865) que assolou os Estados Unidos no período. Em 1870, a escritora e abolicionista Julia Ward Howe (1819-1910), autora de O Hino de Batalha da República, publicou o manifesto Mother’s Day Proclamation (Proclamação do Dia das Mães, em tradução livre do blog), pedindo paz e desarmamento depois da Guerra de Secessão.

Reconhecida como idealizadora do Dia das Mães na sua forma atual é a filha de Ann Marie Reeves Jarvis, a metodista Anna Jarvis (1864-1948), que, em 12 de maio de 1907, dois anos após a morte de sua mãe, criou um memorial a ela e iniciou uma campanha para que o Dia das Mães fosse um feriado reconhecido. Ela obteve sucesso nos Estados Unidos em 8 de maio de 1914, quando a resolução Joint Resolution Designating the Second Sunday in May as Mother’s Day (Resolução que designa o segundo domingo de maio como Dia das Mães, em tradução livre do blog) foi aprovada pelo Congresso Americano. Assim, o Dia das Mães foi celebrado pela primeira vez em 9 de maio de 1914.

No Brasil, em 1932, o então presidente Getúlio Vargas (1882-1954), a pedido das feministas da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, oficializou a data no segundo domingo de maio. A iniciativa fazia parte da estratégia das feministas de valorizar a importância das mulheres na sociedade, animadas com as perspectivas que se abriram a partir da conquista do direito de votar, em fevereiro do mesmo ano. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.

Com o passar dos anos, a data se tornou um festejo comercial. No Brasil e nos Estados Unidos, o Dia das Mães é a segunda melhor data do comércio, depois do Natal. A National Retail Federation (Federação Nacional de Varejo norte-americana) estimou para 2012 que os gastos para o Dia das Mães deveriam ultrapassar $18.6 bilhões ($152 por pessoa) nos Estados Unidos. Essa desvirtuação fez Anna Jarvis se arrepender da criação da data e lutar para sua extinção.

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