O Espectro de Emoções

24/02/2017 Autismo, Deficiência Intelectual, Notícias 3

Assim como o autismo tem variadas nuances, também é variada a maneira com que as famílias têm de lidar com essa condição.

O impacto começa no momento do diagnóstico. Por mais que os sinais de autismo sejam claros, sempre é difícil ouvi-lo. E a maneira como o médico dá, para a família, o diagnóstico de autismo, interfere diretamente na forma de lidar com a nova situação – principalmente nos primeiros meses.

Negar o diagnóstico é uma forma de fugir da realidade – perceba que não estou me referindo a buscar uma segunda opinião médica, pois, como falamos no texto anterior (leia aqui), o diagnóstico é puramente clínico e nem todos os médicos o fazem com segurança. Então, se a família não estiver convencida da condição de seu filho, acho válido procurar outro especialista.

Luto, luta, desespero, desânimo, garra, otimismo, auto-piedade, culpa, incerteza, conquista, medo, alegria, ansiedade, depressão, vitimização, segredo, amor… um carrossel de sentimentos. Quase todas as famílias passam por isso. A fase de impacto é sofrida, sem dúvida. Mas, passa!

Em algumas pessoas, os sentimentos negativos fazem morada por mais tempo. Mas, faz-se necessário superar a fase mais pesada, pois o desenvolvimento da criança depende também da estrutura emocional da família.

Não será fácil conviver com a nova rotina. Mas, é possível. É imprescindível. Os pais vão ter contato com muitas informações sobre terapias, profissionais, medicamentos, suplementos, abordagens, várias siglas novas, UFA! Estude muito. Conheça outras famílias mais experientes. Geralmente, os pais são os melhores “especialistas” em TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Famílias desesperadas são alvo fácil para charlatões. Não acredite em cura, em falsas promessas. Lembre-se: seu filho/sua filha NÃO ESTÁ DOENTE.

Aos poucos, você vai perceber que, quanto mais leve for a maneira de encarar o autismo, melhor será a qualidade de vida de toda a família.

A não-aceitação é o pior caminho. O amor é fundamental.

Sugestões de temas, enviar para: fernandacavalieri@gmail.com
Conheça a Associação Fortaleza Azul – FAZ: facebook.com/fazbrasilinstagram.com/fortalezaazul

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3 Comentários

  1. Antonia 25/02/2017 Responder

    Fernanda, muito bom seu artigo. Já vivi está situação e me sinto contemplada com a sua narrativa. Depois do diagnostico, vem o luto e a tristeza. Não sinta culpa por estas emoções pq elas vão te alavancar para a luta. O tempo seguinte é de celebração por cada conquista do seu filho. Uma nova palavra pronunciada, um movimento conquistado, são suficientes para uma festa. E assim a família, amorosamente, vai aprendendo aceitar e a conviver com o autismo.

    • Fernanda 05/03/2017 Responder

      Isso mesmo, Antônia. Amor, aceitação e celebração das “pequenas” conquistas.
      Obrigada por acompanhar a coluna. Grande beijo!

  2. Augusto Parente 12/03/2017 Responder

    Mais um ótimo artigo Fernanda. Quem não passou por esse carrossel de sentimentos. Tenho tudo gravado na minha mente e no meu coração. É vida que segue!

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