O carnaval do FORA TEMER

02/03/2017 Notícias, Paulinho Oliveira 0

Dia desses, pouco antes do Carnaval começar, ao repercutir matéria do jornal O Povo sobre um bloco carnavalesco que se mobilizava no Polo de Lazer da Avenida Sargento Hermínio, zona leste de Fortaleza, eu dissera uma frase mais ou menos assim:

“O Brasil só vai dar certo quando o seu povo tiver a mesma mobilização que mostra pulando o Carnaval para derrubar o governo golpista do Temeroso”.

Mal sabia eu que esse Carnaval de 2017 seria marcado por um hit surpreendente: nada de sucesso do axé, do funk, do sertanejo, do samba ou do forró, mas sim o tonitroante e deliciosamente repetitivo FORA TEMER.

Tanto foi alentador para mim que eu, um avesso ao Carnaval, passei a gostar de acompanhar a folia pelo Brasil. Delirei quando vi o vídeo em que Russo Passapusso, vocalista da banda Baiana System, levou ao delírio a plateia que o acompanhava no circuito do Campo Grande do Carnaval de Salvador – na frente do camarote onde se encontrava o prefeito golpista ACM Neto (DEM) – quando puxou o maior FORA TEMER que eu já vira depois do golpe. Era gente de todas as idades, sexos, tamanhos, raças, cores, em um grito só: FORA TEMER, FORA TEMER, FORA TEMER.

Aí, vem a constatação de que não estamos em uma democracia de fato. Imediatamente, a organização do Carnaval de Salvador anunciou que baniria a Baiana System do Carnaval de 2018 e seus asseclas, tão golpistas quanto ACM Neto, atacaram Russo Passapusso com ofensas, na tentativa de atingir um artista que apenas se limitou a exercer a liberdade de expressão que ainda lhe garante a Constituição da República.

De nada adiantou. O coro de Salvador se repetiu no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Belo Horizonte, em Fortaleza, em todo o país. FORA TEMER era o hit estabelecido do Carnaval de 2017.

Tanto foi estrondoso o eco FORA TEMER em todo o país, que até a Rede Globo de Televisão teve de se render ao óbvio – embora tenha feito isso depois de cinco dias (tal qual fizera na época das Diretas Já, refresquemos a memória). Tudo bem que a Globo não dá ponto sem nó – se mostrou o FORA TEMER, é porque está abandonando o Temeroso para se agarrar a algum bote salva-vidas neoliberal que viria ainda neste ano, por meio de eleições indiretas, após a renúncia do Temeroso. Mas, que foi muito gratificante para nós, que lutamos pela democracia, ver a Globo ser derrotada e se curvar ao FORA TEMER popular, isso foi.

Quanto ao Temeroso, saiu do Alvorada, residência que nunca lhe pertenceu, porque suas paredes e chão (machucados por uma reforma que custou milhões aos cofres públicos) ainda clamam pelo nome de Dilma Rousseff, a legítima, a eleita pelo povo para ocupar aquele palácio, aquela que foi escorraçada por ser honesta e não permitir a sangria da Lava-Jato que o Temeroso e seus comparsas querem tanto. O vice, então, voltou ao seu habitat natural, o Palácio do Jaburu. Perfeito para a sua insignificância de vice, que deveria ser apenas decorativo, mas se tornou o conspirador-mor da pátria brasileira.

E o Carnaval? Terminou oficialmente na Quarta-Feira de Cinzas. Mas, eis que o povo começa a acordar para a necessidade de prolongar a folia. O grito de FORA TEMER em pleno Carnaval mostrou que este articulista estava certo quando previu que a resistência do povo oprimido pelo golpe de 2016 cresceria mais e mais este ano.

Isto é só o começo do Carnaval popular.

Para terminar, FORA TEMER!

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