Trago verdades para ti

16/10/2017 Articulistas, Lana Nóbrega, LGBTQIA+, Notícias 2

Oi, tudo bem? Este texto é um convite ao diálogo. Eu queria te contar sobre um pensamento de um autor que gosto muito! O nome dele é Joseph Campbell e ele passou a vida inteira estudando mitos e as simbologias da existência humana, assim como a nossa relação com o Divino. Conta-se, inclusive, que uma das principais inspirações de George Lucas ao criar o Universo de Star Wars, foi justamente a obra de Campbell.

Bom, mas continuando o nosso papo… Há uma frase de Campbell que resume o mote das simbologias associadas a nossa existência: “O privilégio de uma existência é ser quem você é”.

Vou repetir: “O privilégio de uma existência é ser quem você é”.

Se você está lendo este texto por pura vontade, isso provavelmente quer dizer que você já é uma pessoa grandinha e logo, já viveu o suficiente para compreender a coisa que mais nos marca enquanto humanos: somos todos diferentes uns dos outros!

Cada um de nós carrega em si características que nos são próprias. Física, emocional e psicologicamente falando.

Cada uma dessas características que nos forma, molda a nossa experiência de mundo. A nossa perspectiva, o ponto do qual observamos o mundo. Percebe o privilégio?

A vida, experienciada como ela é por você, só assim o é porque você é exatamente quem você é! Este é o grande medalhão da existência.

É preciso que você entenda isso para que nosso diálogo continue. Aqui, falarei sobre diversidade. Sobre tudo aquilo que compõe o diferente que nós somos em coletivo e subjetivo. Dentre uma dessas diversidades possíveis está a orientação sexual de cada um de nós.

O que é a orientação sexual? É o nosso apaixonar-se.
Ninguém nos orienta a isso, entenda. É um perceber de cada um. Nos percebemos orientados a tal sexualidade. É um sentimento que nos brota no peito.

Se assumimos ou não esse sentimento, é outra conversa que no futuro teremos. Mas, ele existirá independente de você assumir ou não.

Compreenda que o apaixonar-se ou o sentir-atraído por outra pessoa não é ato de nossa escolha. Pertence a um composto emocional em nós. Logo, não é racional. Logo, não é uma escolha.

É preciso que eu diga isso claramente porque não conheço você que está lendo este texto. Não sei qual é a tua perspectiva. Não sei se você talvez seja alguém que não aceita a homossexualidade, por exemplo. Ou se você talvez é alguém que esteja tendo dificuldades de se aceitar enquanto homossexual.
Então, neste ponto, eu volto para a frase do Campbell: “O privilégio de uma existência é ser quem você é”.

Se você é alguém que não compreende ou aceita a existência da homossexualidade, eu gostaria que você pensasse comigo, que fizesse realmente um esforço racional, e tentasse pensar sobre quando foi a vez que você escolheu por quem se apaixonar.

Também gostaria que você pensasse sobre quando é que você encontrou duas pessoas que fossem iguais uma à outra.

E também gostaria de um último esforço seu para pensar em como a felicidade ou a experiência individual de alguém com a sua própria existência poderia, de fato, afetar a sua experiência individual de vida.

Pensar que a outra pessoa está trilhando caminhos que são só dela, já que ela é quem sabe suas dores e sorrisos, é um exercício necessário para cada um de nós compreender que não é a nossa existência que molda a existência das outras pessoas.

Se você é alguém que está tendo dificuldades de se aceitar enquanto homossexual, eu te peço mais uma vez para pensar sobre a frase do Campbell: “O privilégio de uma existência é ser quem você é”.

Não há nada de errado com você!

Entenda que a vida, para todos nós, é uma questão de administrar elementos.
Porque somos todos diferentes, cada um de nós tem seus próprios elementos para administrar. Isso não é ruim ou bom: é apenas a faceta de nossa própria diversidade.

Então, respira fundo e vá atrás de fazer as pazes com quem você é. Porque você é exatamente quem você deveria ser, viu?

A única melhoria que todos nós temos que fazer em si é no nosso olhar sobre as outras pessoas e sobre a vida. No dia em que entendermos que estamos neste mundo para nos tornarmos pessoas mais compreensíveis e empáticas, para de fato cuidarmos uns dos outros, aí sim algo maior que a diversidade nos definirá: a empatia uns pelos outros.

Até lá, sigamos nos esforçando para pensar sobre os diferentes enfrentamentos que cabem em todas as diferenças que nos formam. Isso já é um grande começo!

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2 Comentários

  1. Leandra Migotto Certeza 21/10/2017 Responder

    Texto simplesmente fantástico!!!!!! Amei!!!!! Maravilhoso, claro, objetivo, conciso, preciso, focado, direto, e ao mesmo tempo poético, lindo, forte, contundente, amável, único e muito bem escrito!!! Parabéns menina!! Você fala e escreve super bem sobre um tema tão ultra-mega-super-hiper necessário HOJE em uma triste e tenebrosa época CONSERVADORA e RETRÓGRADA que infelizmente, estamos vivendo em pleno século 21. O mundo e principalmente, o Brasil precisa de você e seus textos!!! Força e continue!!! Até! Também sou colunista aqui no Sem Barreiras e estou amando seu sua colega de trabalho. Abraços e conta sempre comigo! Leandra.

    • Lana Nóbrega 23/10/2017 Responder

      Leandra, obrigada pelo lindo recadinho! É uma honra estar junto com você e com o Victor nesta jornada coletiva! Um abração! E conte comigo também! :*

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