#pracegover: Arte horizontal, com cores branco e lilás, em degradê. No alto, à esquerda, a imagem horizontal da logomarca do site Caleidoscópio, com o nome escrito em preto por cima de um círculo azul. Ao lado, as palavras BATE-PAPO COM LEANDRA, em branco com sombra negra e a última palavra em lilás com sombra negra. Embaixo, a frase, em branco, A JORNALISTA E ESCRITORA QUE LUTA PARA EXISTIR. No rodapé, à esquerda, todo em branco, as palavras: LEANDRA MIGOTTO e, embaixo, JORNALISTA, CONSULTORA E PALESTRANTE EM INCLUSÃO E DIREITOS HUMANOS. Ao lado, no canto inferior direito, um círculo em degradê de lilás e branco e a foto do rosto de uma mulher sorrindo, ao centro.

Aconteceu outra vez!

18/01/2018 Deficiência Física, Depoimentos, Histórias de vida, Leandra Migotto, Notícias 2

Juro que eu comecei o Ano Novo com energias positivas, mas os velhos preconceitos, infelizmente, ainda permanecem tão fortes… Triste… Era apenas mais uma manhã em que eu precisei ir ao banco ao lado do meu marido. Simples assim! Só que não!!!

Dia 05 de janeiro de 2018, a cena se repetiu. Foi exatamente igual há semanas, meses e/ou anos atrás. Sempre a mesma vergonha, humilhação e incômodo… Depois de gentilmente solicitar ao segurança que abrisse a porta de vidro ao lado, o gerente da agência surgiu na nossa frente – e com a maior cara de pau e grosseria – gritou para todos ouvirem: – “O que você veio fazer aqui”?

Eu fiquei completamente espantada com a pergunta totalmente descabida dele! Será que ele pensou que eu levantei da cama naquele dia só porque gosto de entrar em uma agência bancária e dançar pelada lá dentro? Sério, pessoal! Acho que sim porque ele perguntou TRÊS vezes o que eu estava querendo fazer ali!!! E só quando eu o indaguei se havia algum problema eu simplesmente entrar na agência, ele, finalmente, abriu a porta, muito à contra-gosto e de forma grosseira.

Triste… Realmente, muito triste… Fico pensando o quanto ainda estamos longe desta tal de INCLUSÃO… Será que um dia será mesmo possível, eu como ser humana, somente conseguir VIVER!? Sem ser motivo de cara feia, nojo, surpresa, indagação, raiva, humilhação, discriminação, preconceito, barreiras, impedimentos??? Só VIVER!!!

Engraçado, mas eu não vejo diferença alguma no meu cocô e xixi… Assim como não vejo diferença alguma nos impostos que pago todos os dias ao comprar qualquer produto! Eu também não vejo nada de diferente no sangue que corre em minhas veias… E na pele que cobre os meus órgãos… E o mais importante!! Não vejo diferença alguma no fim que eu terei: a morte!!!! Então, por que os seres humanos, que são totalmente iguais em suas diferenças, não compreendem e aceitam de uma vez por todas que temos, exatamente, os mesmos direitos???

Porém, eu ainda preciso repetir, em pleno século 21, que o Brasil é um dos países que têm o arcabouço legal mais completo em relação aos Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência! Para quem ainda não conhece os principais direitos, leia este esclarecedor artigo, escrito por uma das mais importantes especialistas no assunto, aqui.

Então, eu me pergunto todas as manhãs: o que falta para os brasileiros e as brasileiras RESPEITAREM os direitos das pessoas com deficiência? Simplesmente, respeitarem!!! Pode parecer ridículo dizer isso, mas eu vou ao banco sim! Eu vou ao supermercado, ao shopping, ao médico, ao motel, ao parque, ao cinema, ao teatro, ao museu, ao centro cultural, ao centro esportivo, ao aeroporto, ao metrô, às casas de show, ao barzinho, à danceteria e tantos outros lugares!!!

Ah… E eu existo, viu?? Então, da próxima vez que você vir uma pessoa em cadeira de rodas ou com qualquer outra deficiência, na porta de uma agência bancária, que tal apenas dar bom dia ou boa tarde e dizer: – Seja muito bem vinda ou bem vindo!?

E se você ainda tem alguma dúvida sobre quantas vezes esta situação se repetiu em nossas vidas, na minha e na do meu marido, dê uma lida nestes textos de 2008 e 2015.

De qual inclusão estamos falando? – aqui

Dia do desrespeitoaqui

Pessoal, não esqueçam de conhecer a minha trajetória profissional em meus dois blogs: o Caleidosópiohttps://leandramigottocerteza.blogspot.com/ e o Fantasias Caleidoscópicashttps://fantasiascaleidoscopicas.blogspot.com/

Perfil profissionalhttps://www.linkedin.com/pub/leandra-migotto-certeza/41/121/a

Vídeos: TV UNESPhttps://youtu.be/-Nrr1kn-zWI

TV UNESP Programa Artefatohttps://www.youtube.com/watch?v=OtwnqFchqmY&t=8s

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2 Comentários

  1. Célia Regina Vieira Bastos 02/02/2018 Responder

    Leandra coincidentemente hoje dia chuvoso fui Banco do Brasil táxi deixei esperando fazer pg e IPTU pg total nem prestação para não ter trabalho ir muitas vezes Banco ou pedir alguém. Agência Estilo acho deficientes são pessoas tem menos prioridades. Entregam senha e todos passam frente. Caixa mais baixo coloco senha tirar dinheiro e pg o caixa disse prefeitura decidiu pg IPTU só caixa eletrônico fica alto para cadeirantes mais ainda nós osteogenesis Imperfeita. Não dá para descrever tudo disseram até senha estava bloqueada fazer digital outra espera falar gerente. Essa semana tirei dinheiro essa senha minha irmã única dou senha e compras. Enfim desisti IPTU pedir irmã próxima semana e táxi esperando já ia pg caro. Teríamos escrever compêndio do que passamos para viver vida “normal “, realmente inclusão só nome! Simplesmente perdemos dia, stress aumenta e quem culpar Banco ou prefeitura e os porquês! Só sai porque meu gerente tirou licença paternidade duas semanas e outros eu fila espera não iam resolver nada!Mas temos continuar aparecer fazer berrar ou reunvindicar bjs ❤️

  2. Leandra Migotto Certeza 05/02/2018 Responder

    Célia querida, infelizmente, na minha opinião, continuamos invisíveis aos governos e a sociedade! Enquanto desrespeitos e discriminações tão básicas como esta de ir ao banco continuarem existindo, fica muito difícil afirmar que os avanços aconteceram e chegamos a real, efetiva e verdadeira inclusão diária!! Eu já fiz várias reclamações oficiais, denunciei na mídia, processei órgãos públicos desde 2000. Agora, sinceramente com 40 anos e há 20 anos lutando estou bem cansada mesmo!!!! Não vou desistir de falar e se precisar berrar ao mundo todas as injustiças pelas quais passei, passo e ainda passarei até o final da minha vida, mas infelizmente, não tenho a mesma força de antes… Triste, muito triste… Chega a ser tão ridículo!!! O Brasil tem tantas leis reconhecidas internacionalmente, já se passou 4 décadas desde as primeiras leis e até agora o mais básico do básico não mudou nada!!! Nojento mesmo!!!

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