Imagem de uma mesa com três cartões do Dia dos Namorados em cima. À esquerda, um cartão branco com desenhos de flores vermelhas embaixo e os dizeres: com o passar do tempo, percebes que nosso jardim está mais belo! Ao centro, um cartão cáqui com um balão desenhado ao centro, no meio de uma nuvem, e um grande coração vermelho; à direita, outro cartão branco com o desenho de uma caixa de presentes e vários corações pequenos saindo de dentro. Em cima, os dizeres: Esta caixa é pouco para guardar o que sinto por você! No canto superior direito, o bonequinho da logo de Sem Barreiras, em marca d'água, na cor vermelha.

Dia dos Namorados tem origens diferentes no mundo

11/06/2019 Notícias 0
Reprodução de uma reconstrução facial de um homem, à esquerda, a partir do seu crânio, à direita, passando por mais três imagens, com a implantação de músculos, pele e outros detalhes.

Reconstrução facial em 3D, feita por Cícero Moraes, a partir de fotografias do crânio de Valentin de Terni por José Luís Lira e obras do antropólogo forense Marcos Paulo Salles no Instituto Forense do Rio de Janeiro.

Na terceira e última matéria da série do Dia dos Namorados, o Blog Sem Barreiras traz um texto dividido em duas partes: um breve histórico das origens da data e um segundo, aqui, mais pessoal sobre minha experiência de namoro e apresentando dificuldades e queixas de outras pessoas com deficiência em namorar e se relacionar afetivamente. O Dia dos Namorados, em alguns países chamado Dia de São Valentim, é uma data especial e comemorativa na qual se celebra a união amorosa entre casais e namorados e, em outro, é o dia de demonstrar afeição entre amigos, sendo comum a troca de cartões e presentes com símbolo de coração, tais como as tradicionais caixas de bombons. Mas, e as datas? Em Portugal e Angola, por exemplo, assim como em muitos outros países, comemora-se no dia 14 de Fevereiro. No Brasil, no entanto, a data é comemorada no dia 12 de junho. A diferença está relacionada às origens do surgimento da data. No caso do 14 de fevereiro, relaciona-se com a morte do bispo Valentim, da época do Império Romano; já no caso do nosso 12 de junho, foi uma jogada de marketing do comércio que casou a comemoração com a data de Santo Antônio, dia 13 de junho, conhecido pela alcunha de “santo casamenteiro”.

Existem muitas inconsistências em torno da vida e da história de São Valentim. Uma hagiografia comum descreve São Valentim como sacerdote de Roma ou como o ex-bispo de Terni, uma importante cidade da Úmbria, no centro da Itália, no período da perseguição aos cristãos na Europa. Enquanto estava sob prisão domiciliar do juiz Asterius, e discutindo sua fé com ele, Valentim discutiu a validade de Jesus. O juiz colocou Valentim à prova e trouxe para ele a filha cega adotada pelo juiz. Se Valentim conseguisse restaurar a visão da garota, Asterius faria o que ele pedisse. Orando a Deus, Valentim colocou as mãos sobre os olhos dela e a visão da criança foi restaurada. Imediatamente, o juiz perguntou a Valentim o que ele deveria fazer. Valentim respondeu que todos os ídolos ao redor da casa do juiz deveriam ser quebrados e que o juiz deveria jejuar por três dias e depois passar pelo sacramento cristão do batismo. Asterius obedeceu e libertou todos os presos cristãos sob sua autoridade. O juiz, sua família e os 44 membros de sua casa (familiares e servos) foram batizados. Valentim foi preso mais tarde por continuar a evangelizar e foi enviado para o imperador Claudius Gothicus (Claudius II). Claudius gostava dele até que Valentim tentou convencê-lo a abraçar o Cristianismo, ao que Claudius se recusou e o condenou à morte, ordenando que ele renunciasse a sua fé ou seria espancado com paus e decapitado. O bispo recusou e foi executado do lado de fora do Flaminian Gate, atual Piazza del Popolo (Praça do Povo), uma das mais célebres praças de Roma, em 14 de fevereiro de 269.

Uma nota adicional a essa história diz que Valentim, antes de sua execução, escreveu um bilhete à filha de Asterius, assinando ‘de seu Valentim’. Esse fato teria inspirado os casais românticos a utilizar missivas e bilhetes para registrar seu amor. A Legenda Aurea de Jacobus de Voragine, compilada por volta de 1260 e um dos livros mais lidos da Alta Idade Média, fornece detalhes suficientes dos santos para cada dia do ano litúrgico para inspirar uma homilia em cada ocasião. A vida muito breve de São Valentim afirma que ele foi executado por se recusar a negar a Cristo pela ordem do Imperador Claudius no ano de 269. Antes de sua cabeça ser cortada, Valentim restaurou a vista e a audição da filha do seu carcereiro. Jacobus faz um jogo com a etimologia de “Valentine”, “como contendo valor”. Preso por continuar celebrando casamentos, mesmo contra as ordens do Imperador, o bispo Valentim foi levado à presença de Claudius II e tentou fazê-lo abraçar o Cristianismo. Claudius mandou prendê-lo e o condenou à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens teriam lhe enviado flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, teria se apaixonado por Artérias, filha cega de um carcereiro, e, milagrosamente, devolvido sua visão. Antes da execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “de seu Valentim”. Como se vê, existem muitas lendas em torno de São Valentim, as histórias se aproximam e se distanciam em alguns pontos.

Imagem em preto e branco de uma peça publicitária do Dia dos Namorados. À esquerda, a imagem do cupido com um presente na mão e os dizeres: Isso é para você, acima, e Dia dos Namorados embaixo. No canto inferior esquerdo, uma folha de calendário marcando o 12 de junho. À direita, um casal se beija na boca e os dizeres não é só com beijos que se prova o amor, acima, e Dia dos Namorados no rodapé. Ao lado, no canto inferior direito, uma folha de calendário marcando o 12 de junho.

Peça da propaganda criada pelo publicitário João Dória que deu origem ao Dia dos Namorados no Brasil.

Dois séculos depois, o Papa Gelasius I estabeleceu a Festa de São Valentim, também conhecida como Dia dos Namorados, para o dia 14 de fevereiro, em honra ao mártir cristão. A data também marca a véspera de lupercais, festa anual celebrada na Roma antiga em honra à deusa Juno e ao deus Pan. Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade. Outra versão diz que no século XVII, ingleses e franceses passaram a celebrar São Valentim como a união do Dia dos Namorados. A data foi adotada um século depois nos Estados Unidos, tornando-se o Saint Valentine’s Day. E, na Idade Média, dizia-se que o dia 14 de fevereiro era o primeiro dia de acasalamento dos pássaros. Por isso, os namorados da Idade Média usavam esta ocasião para deixar mensagens de amor na soleira da porta do(a) amado(a). Na sua forma moderna, a tradição surgiu em 1840, nos Estados Unidos, depois que a artista e empresária Esther Howland vendeu US$ 5.000 em cartões do Dia dos Namorados, uma quantia elevada na época. Desde então, a tradição de enviar cartões vem crescendo, e, no século XX, se espalhou por todo o mundo. Atualmente, o dia é principalmente associado à troca mútua de recados de amor em forma de objetos simbólicos. Símbolos modernos incluem a silhueta de um coração e a figura de um Cupido com asas. Iniciada no século XIX, a prática de recados manuscritos deu lugar à troca de cartões de felicitação produzidos em massa. O dia de São Valentim era, até a algumas décadas, uma festa comemorada principalmente em países anglo-saxões, mas ao longo do século XX o hábito se estendeu a muitos outros países.

Brasil – No Brasil, comemora-se o Dia dos Namorados em 12 de junho e não em 14 de fevereiro. A data, diferentemente dos outros países, que teve origem religiosa, foi criada por razões exclusivamente comerciais. A ideia de estabelecer uma comemoração de Dia dos Namorados veio do publicitário João Doria, pai do atual governador de São Paulo. Dono da agência Standart Propaganda, ele foi contratado pela loja Exposição Clipper com o objetivo de melhorar o resultado das vendas no mês de junho, que sempre eram muito fracas. Inspirado pelo sucesso do Dia das Mães, Doria instituiu outra data comemorativa para trocar presentes no ano: o Dia dos Namorados. A data seria 12 de junho, véspera do 13 de junho, Dia de Santo Antônio, santo português com tradição de casamenteiro. João Doria trouxe a ideia do exterior e a apresentou aos comerciantes paulistas, iniciando, em junho de 1949, uma campanha com o slogan “não é só com beijos que se prova o amor”. “Não se esqueçam: amor com amor se paga”, afirmava outro. A propaganda foi julgada a melhor do ano pela Associação Paulista de Propaganda, à época. A ideia se expandiu pelo Brasil, amparada pela correlação com o Dia de São Valentim, quando mais regiões começaram a aderir a ela. Posteriormente, a comemoração se tornou nacional. Atualmente, o Dia dos Namorados já é a terceira melhor data para o comércio no país – atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. A média do faturamento do dia romântico já chega perto de R$ 1,5 bilhão.

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