Homem de meia idade discursa, de pé, em frente a um microfone e uma pequena banqueta com um adesivo escrito Colóquio Internacional SESC - UFC. Atrás dele, um slide com várias palavras em francês.

‘A inclusão é uma palavra fraca’, diz sociólogo francês

15/08/2020 Notícias 0

Em julho de 2015, foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), com o objetivo de assegurar direitos básicos e fundamentais que garantem condições de igualdade, como o acesso à saúde, educação, moradia, informação e comunicação, incluindo o direito ao trabalho, à assistência social e à mobilidade.

Apesar disso, as ações afirmativas mudaram a realidade da pessoa com deficiência? O que podemos entender como “inclusão”? De acordo com o Prof. Dr. Michel Chauvière, sociólogo e diretor emérito de pesquisa do Centre National de la Recherche Scientuifique (CNRS) da Université Paris II, se não existir o direito na inclusão, o movimento será apenas um discurso.

Com foco nas áreas de pesquisa de políticas sociais, médica, sociais, judiciárias e familiares, Chauvière definiu que “a inclusão é uma palavra fraca”, pois, em seu entendimento, abrange esferas não só sociais, mas aspectos socioeconômicos e de gênero, por exemplo. “Integração, inserção, cidadania e outras palavras próximas a inclusão são políticas universais. A cidadania principalmente”, argumentou.

 

Arte horizontal com dois traços na cor laranja, um em cima e outro embaixo. No centro, também na cor laranja, os dizeres: Participe da Campanha Sócio Cidadão de Sem Barreiras. Na linha de baixo, as palavras Clique aqui, dentro de um retângulo verde, na cor branca com contorno laranja, e as palavras, na cor laranja, e saiba mais. A arte possui um link, ao ser clicado nela, para o endereço https://www.catarse.me/sociocidadao

 

“A inclusão é uma questão jurídica. Todos esses elementos têm a ver com o direito, e a inclusão não está de fora”, continuou ele, durante sua fala no Colóquio Internacional sobre Inclusão Social e Diversidade na Educação, realizado nos dias 1º e 2 de fevereiro na cidade de Caucaia (CE), e promovido pelo Sesc-CE, pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e pelo Observatório de Políticas Públicas (OPP).

Em termos semânticos, o doutor em sociologia pontuou a dificuldade de caracterizar o produto linguístico “inclusão”. “São palavras que ajudam e mobilizam, só que às vezes temos de esquecê-las. Esquecer porque são fracas em relação aos objetivos que pretendemos alcançar.”

“Eu creio que a inclusão vem dessas recomendações [normas e políticas públicas estabelecidas em lei em cada país], algo que é obrigatório. É um discurso retórico normativo, mas isso não funciona. Efetivamente, uma das soluções seria consolidar a noção de inclusão ou substituir por outra coisa, algo mais claro”, disse Chauvière ao Catraca Livre.

* Matéria de Tamiris Gomes, do site Catraca Livre (clique aqui)

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