Impressoras 3D oferecem flexibilidade e rapidez

22/02/2015 Notícias 0
Cliver CL1, primeira impressora 3D 100% brasileira

Cliver CL1, primeira impressora 3D 100% brasileira

A primeira impressão 3D funcionando a pleno vapor foi inventada por Chuck Hull, um norte-americano da Califórnia, em 1984, utilizando a estereolitografia, tecnologia precursora da impressão 3D. Hull já havia desenvolvido um ano antes a tecnologia do que viria a ser a máquina, quando ela tinha duas funções principais, sendo uma delas a criação de lâmpadas para solidificação de resinas, primeiro objeto criado pela ferramenta.

A principal, entretanto, foi a confecção de partes de plástico de forma rápida, já que o processo tradicional levava de seis a oito semanas, e as peças ainda precisavam ser refeitas diversas vezes devido a problemas na manufatura. Sendo assim, com a produção desses componentes em um ambiente controlado e de maneira muito mais veloz, a impressora 3D já demonstrava flexibilidade e rapidez, duas de suas principais características até hoje.

A Impressão 3D também conhecida como prototipagem rápida, passou a ser utilizada na fabricação de próteses robóticas para quem nasceu com problemas congênitos que impediram ou mal formaram um dos membros ou o perderam em acidentes. Usando uma impressora MakerBot, o carpinteiro Richard Van As, que perdeu 4 dedos da mão em um acidente de trabalho, e o designer Ivan Owen criaram uma que agarram objetos. Os dedos todos se movem de acordo com um comando dado pelo pulso do usuário da prótese. Com a impressora 3D à disposição, Owen e Van As puderam experimentar o desenvolvimento das Robohands (mãos robóticas) com pouco investimento e a milhas de distância um do outro.

No Brasil, a primeira impressora 3D chegou ao mercado em junho de 2012. A Cliever CL-1 utiliza um método de impressão chamado modelagem por fusão de material. Neste método, a “tinta” utilizada é um fio de termoplástico, que é derretido e aplicado, camada a camada, para criar objetos em três dimensões. Para isso, o equipamento utiliza software livre, mas também é habilitado para trabalhar com outros programas de modelagem, como SketchUp (que conta com uma versão gratuita) e o AutoCAD.

Pelo fato de ser totalmente fabricada em território nacional, a máquina da Cliever custa R$ 4,5 mil, enquanto aparelhos importados chegam até a US$ 50 mil. O investimento para recarregar os “cartuchos” também não é tão alto: o quilo do termoplástico em forma de filamento tem custo em torno R$ 60.

Outro desenvolvimento brasileiro é a Metamáquina. O projeto buscava disponibilizar impressoras 3D de baixo custo no Brasil. Com investimentos arrecadados através de colaboradores da internet, a primeira Metamáquina teve 30 unidades vendidas. O aparelho usa dois tipos de plástico para imprimir: o ABS – mesmo material presente nas peças de Lego, feito a base de petróleo – e o PLA, matéria-prima de maior qualidade e ainda sustentável, já que é fabricada a base de milho.

A máquina também funciona com hardware aberto e software livre. A segunda versão do equipamento foi aprimorada para ser mais ágil na produção, além de permitir um maior volume de impressão, mais de duas vezes maior que no modelo anterior. O avanço possibilita a criação de peças de até 15cm de altura. A Metamáquina 2 já está em fase de pré-venda online, custando R$ 3,3 mil.

Impressora de grande porte Viper Pró, instalada na UFC desde 2005

Impressora de grande porte Viper Pró, instalada na UFC desde 2005

Se você desejar materializar seus desenhos, mas não estiver disposto a investir em um equipamento próprio, o site brasileiro “Imprima 3D” (www.imprima3d.com) facilita sua vida. Nele você pode encomendar a impressão de objetos em três dimensões, que são entregues pelo correio. Os preços variam, a depender do tamanho da peça e do material utilizado para confeccioná-la.

Uma das poucas impressoras 3D de grande porte em operação atualmente no Brasil está em Fortaleza. O equipamento Viper Pro está instalado no laboratório do Grupo de Redes de Computadores, Engenharia de Software e Sistemas (Great) da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Campus do Pici. Em funcionamento desde o final de 2005, a impressora 3D importada utiliza a tecnologia SLA (estereolitografia) para manufatura e prototipagem rápida. O objetivo é produzir peças de alta precisão e com finalização de superfícies, com acabamento refinado. De acordo com o designer Ronaldo Mota, em entrevista ao jornal Diário do Nordeste, a máquina usa uma resina fotossensível que se aproxima em dureza e resistência ao plástico normal. Para dar forma aos modelos desenhados em software de modelagem, a impressora trabalha por sobreposição com laser de alta potência, “colando” as superfícies feitas primeiro às seguintes.

A impressora está sendo utilizada em pesquisas nas áreas de design, arquitetura, engenharia e saúde. Mota relata um caso de aplicação médica dessa tecnologia, em que “a cirurgia foi realizada em um modelo, antes do paciente”. Graças ao acesso a uma tomografia tridimensional do crânio, foi possível imprimir uma réplica exata do órgão para estudo prévio. Demonstrando onde as intervenções cirúrgicas eram necessárias, o modelo 3D permitiu que o paciente fosse cortado uma única vez, em vez de duas ou três, como acontece sem o uso desta tecnologia.

Confira as 13 impressoras 3D disponíveis no Brasil:*

Cliver CL1: Primeira impressora 3D 100% brasileira, criada pela empresa Cliver Tecnologia (acesse aqui), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Seu peso é de 12Kg e está avaliada em cerca de R$ 4.650.

Metamáquina 2: Segundo o site (acesse aqui) da empresa produtora da impressora, a ideia é oferecer produtos que mesclam qualidade e baixo custo, sendo então a primeira com tal enfoque no país. Em janeiro de 2013, foi lançado o segundo modelo, utilizando o modelo FFF de impressão dos objetos. Pesa cerca de 9Kg e é avaliada em R$ 3,7 mil.

Linha Cube: A Cube não é um produto brasileiro, mas desde 2013 é comercializada aqui pela Robtec, representante da companhia estadunidense 3D Systems. Ela traz conexão WiFi, ou seja, pode ler arquivos sem estar conectada via cabo a outro dispositivo, e imprime em materiais ABS e PLA, que oferecem resistência e brilho, respectivamente, aos objetos. Além disso, a Cube trabalha com até cinco cores e vem com um software para Windows e Mac. O equipamento é vendido por R$ 6.690. A CubeX, versão aprimorada da Cube, também é vendida no Brasil pela Robtece não precisa ser importada. Ela está avaliada em R$ 11 mil.

Linha UP!3D Printer: As máquinas da marca UP!3d são outras já comercializadas no Brasil. A loja online (acesse aqui) da companhia conta com uma versão em nosso idioma, totalmente desenvolvida para o público brasileiro, e oferece dois modelos: UP! Mini e UP! Plus, que custam R$ 4,6 mil e R$ 6,4 mil, respectivamente.

Impressora Metamáquina 2, segundo modelo da Linha Metamáquina

Impressora Metamáquina 2, segundo modelo da Linha Metamáquina

Linha MakerBot: Um dos modelos mais conhecidos do mundo, a linha Makerbot também pode ser adquirida diretamente no Brasil. Por meio da representante TekTrade International (acesse aqui), é possível comprar a MakerBot Replicator 2 por cerca de R$ 11 mil e a MakerBot Replicator 2X por R$ 12,5 mil.

Linha ProJet: Uma das máquinas do gênero mais caras da atualidade pertence à linha ProJet, da 3D System. A ProJet 3500 oferece ultrarresolução e um ritmo industrial na produção de objetos em 3D, com capacidade para criar um grande volume de itens em relativamente pouco tempo. Para ter uma dessa, no entanto, o investimento é enorme: o modelo básico é vendido pro R$ 200 mil, sem o valor do frete incluso. Todos os modelos da linha precisam ser importados pela própria Robtec (acesse aqui).

Linha Zprinter: Capaz de imprimir até 20 mm por hora, as máquinas da linha Zprinter, também da 3D Systems, oferecem uma velocidade acima da média em relação às suas concorrentes. Elas também se destacam por contarem com matérias-primas mais baratas, e seus dois modelos se diferenciam pela capacidade que o Zprinter 250 tem de fazer impressões em até 64 cores diferentes, ao custo de US$ 27,7 mil dólares (cerca de R$ 60 mil). Já o modelo monocromático, Zprinter 150, custa US$ 16,6 mil (em torno de R$ 35 mil). Todos os modelos da linha precisam ser importados pela própria Robtec (acesse aqui).

Modelos da Stratasys: A Stratasys é uma das mais conceituadas fabricantes de impressoras 3D do mundo e, há pouco tempo, tem todas as suas linhas disponíveis para importação aqui no Brasil. Apesar de não divulgar preços, por meio do site oficial (acesse aqui) da companhia é possível solicitar uma cotação de cada uma das suas três famílias de impressoras, “Idea Series”, que oferece impressoras pessoais e para pequenas equipes; “Design Series”, equipamento indicado para empresas um pouco maiores; e a “Production Series”, para quem busca uma solução profissional para a impressão de objetos maiores.

* As informações são do site Techmundo (https://www.tecmundo.com.br/)

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