Qual o seu papel como cidadão?

30/09/2017 Articulistas, Deficiência Intelectual, João Eduardo, Notícias 0

Como diria o poeta, me perdoem se insisto neste tema. Mas, não sei falar de outra coisa que não seja o papel que cada um de nós tem na construção de um mundo mais inclusivo, um mundo PARA TODOS. O que você tem feito? Tem pelo menos pensado no assunto?

Na coluna passada (leia aqui), falei sobre escolhas que o cidadão pode fazer no cotidiano, como dar sua contribuição em atitudes rotineiras. Contratando pessoas com SD, estreitando amizade com essas pessoas, sem preconceitos, apoiando iniciativas inclusivas, patrocinando empreendedores com SD ou outras deficiências. São muito diversas as possibilidades.

Concluí falando que diversas instituições e entidades públicas e privadas ligadas à questão da PcD estão organizando a I Feira Inclusiva do Ceará, que acontecerá nas últimas quintas-feiras de 2017, na Praça da Paz, na Praia do Futuro. Abertura no dia 30/11 e três outras edições nos dias 7, 14 e 21/12/2017. Imperdível!

E como você pode participar? Estamos realizando mais uma reunião preparatória no dia 5 de outubro, a próxima quinta-feira, a partir das 14h30. O local será o auditório da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social, a STDS, à rua Soriano Albuquerque. O convite é para entidades públicas e privadas envolvidas com a causa. Fique à vontade para compartilhar esse encontro com seus amigos.

Mas, afinal de contas, qual a importância dessa Feira ou do trabalho para as pessoas com Síndrome de Down e para outras pessoas com deficiência? Já comentei sobre o trabalho na coluna de 22/07/2017 (relembre aqui) e até gravei uma entrevista com o vereador Guilherme Sampaio (PT) sobre o tema (assista aqui), mas preciso voltar ao assunto para clarear um pouco mais a função de iniciativas dessa natureza para a inclusão social.

Trata-se de uma questão de dignidade. Todos os indivíduos buscam um sentido para a vida, uma missão a cumprir, um papel a desempenhar na sua existência terrena. A maioria das pessoas encontra sua realização no trabalho, aprimorando as escolhas feitas durante sua formação escolar e profissional, dedicando-se a uma profissão ou fazendo gestão de uma empresa, organização ou pequeno negócio.

Mas, boa parte das pessoas com deficiência não consegue esta realização devido a uma série de barreiras existentes na sociedade! Neste site, o Sem Barreiras, os diversos articulistas se revezam na denúncia das dificuldades enfrentadas pelas PcD’s na busca de um trabalho ou de uma fonte de renda. Se a crise já dificulta a vida das pessoas, imagine aquelas que ainda precisam provar que são capazes!

E precisam provar porque boa parte da sociedade não conhece a capacidade dessas pessoas. No caso da deficiência intelectual, essa barreira é mais cruel, por ser invisível, discreta, velada mesmo. Quando você fala que uma pessoa com SD pode montar um pequeno negócio, você recebe como resposta um sorriso discreto, meio de lado, uma descrença disfarçada.

Diversos exemplos concretos de inclusão bem sucedida já foram apresentados nas colunas anteriores. Quem não teve oportunidade de ler eu recomendo que dê uma olhadinha aqui no site. Agora, falta mostrar para a sociedade e para os turistas cearenses que existe muita gente boa em Fortaleza com capacidade de produzir e de gerar renda para si e suas famílias. Isso vai se concretizar na I Feira Inclusiva do Ceará.

Em meus contatos frequentes com jovens e adultos com SD, presencialmente ou pelas redes sociais, fica patente que existe um potencial latente, uma energia adormecida que precisa ser melhor aproveitada e direcionada para essa construção de um mundo melhor e o primeiro passo é a crença das famílias e da sociedade.

Para cada pai ou mãe dedicada que conheci, esforçados agentes de transformação que militam pela inclusão de seus filhos, existem dez ou mais que ainda persistem na superproteção de seus filhos adultos, muitas vezes promovendo a infantilização dessas pessoas. Então, o primeiro passo para esses pais é encontrar um caminho para o constante desenvolvimento e inclusão de seus filhos.

E para os demais cidadãos, já conscientes da importância dessa inclusão, fica o desafio de encontrar, em suas atividades diárias, as melhores escolhas para contribuir na construção desse mundo inclusivo. Conferir o talento e a capacidade das pessoas com deficiência no dia 30 de novembro já é um bom passo.

Dúvidas, sugestões de melhoria, críticas, são sempre muito bem vindas. Conto com seu apoio nessa corajosa tarefa de construir um mundo PARA TODOS.

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