Duas bebês gêmeas, sentadas em uma cadeira de ferro no jardim, usando vestidos cor de rosa com o desenho de uma maçã no peito e laços cor de rosa na cabeça. A bebê da esquerda, Luísa, tem Síndrome de Down; a outra, Lívia, não.

Mulher tem filhas gêmeas, uma com Síndrome de Down

16/02/2019 Deficiência Intelectual, Notícias 0
Foto retangular de uma festa de aniversário. No centro, a aniversariante de três anos, em um vestido amarelo com bolinhas brancas. Atrás dela, seus pais segurando, cada um, uma bebê gêmea. Ao fundo, um painel com bichinhos e desenhos em cor de rosa. À frente, a mesa com dois bolos, um azul e outro rosa, com uma vela de número 3 em cima e várias bandejas de docinhos e bonecos.

As gêmeas com os pais no aniversário da irmã mais velha, Laura.

A fisioterapeuta Raquel Cimi, de 36 anos, deu à luz gêmeas e uma delas tem Síndrome de Down. Ela só soube no dia 4 de outubro de 2017, após o nascimento das filhas. Luíza Wurzius, que nasceu com a síndrome, e Lívia Wurzius, agora estão com um ano de idade.

Estima-se que a possibilidade de um gêmeo nascer com a Síndrome de Down e o outro não, é de uma ou duas a cada 1 milhão, segundo especialistas.

Raquel, que mora com a família em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, conta que sabia que uma das filhas nasceria com uma síndrome, mas não sabia qual seria o tipo.

“Com 12 semanas de gestão, fiz o exame de translucência nucal – ultrassom que faz a medida atrás da nuca – e apareceu uma medida acima do normal. Não acreditei e repeti o exame no mesmo dia”, afirma.

A fisioterapeuta intensificou os exames de rotina para tentar descobrir qual deficiência a Luíza teria, mas não obteve resposta.

“Todos os exames mostraram uma alteração. Os médicos diziam que ela teria uma síndrome, mas não sabiam qual, havia várias possibilidades. Fiquei com medo de perdê-la logo após nascimento”, explicou.

Para descobrir qual era a síndrome, Raquel foi orientada a realizar um exame invasivo, o qual apresentava riscos de aborto. Ela decidiu por não fazê-lo.

“Passei toda a gestação angustiada e perdi a vontade de fazer qualquer outro exame. Eu chorava muito, não dormia mais, estava desesperada”, revelou.

Apesar das dificuldades, com o apoio do marido, a fisioterapeuta continuou tendo o acompanhamento médico e percebeu que Luíza se desenvolveu bem.

“Comecei a aceitar mais. Hoje, vejo que ela é uma criança normal, perfeita como a irmã gêmea e também a outra de 3 anos”, pontuou.

Ter gêmeos estava entre os três principais sonhos de Raquel. “Apesar disso, nunca imaginei ser mãe de uma criança especial, já cuidei de algumas no meu trabalho, mas dizia não ter capacidade para ser mãe de uma. Hoje vejo que nasci para cuidar da Luíza”, ressaltou.

A rotina
Luíza come todos os tipos de alimentos naturais e a alimentação é complementada com um leite especial para suprir a falta de proteína, já que têm intolerância à lactose. As duas são alérgicas a uma proteína que possui nos tipos de leites mais comuns.

Segundo Raquel, as gêmeas fazem acompanhamento com uma pediatra e exames de rotina. No entanto, além disso, Luíza também é acompanhada por fisioterapeuta e fonoaudiologia.

“A rotina é puxada, mas sou muito feliz, pois as duas se dão bem. Não vivem longe, elas sentem quando uma não está bem e choram juntas”, contou.

Três irmãs brincam e se abraçam afetuosamente. À esquerda, Luíza tem Síndrome de Down, é gêmea de Lívia, à direita. Ao centro, Laura, a mais velha

As gêmeas Luíza (a esq) e Lívia brincam e recebem carinho da irmã mais velha, Laura

Raquel disse que procura tratar todas as filhas de forma igual, apesar das diferenças.

“Independente das particularidades de cada uma, todas são perfeitas. Não quero que a Luíza se sinta diferente pela deficiência. Queremos dar independência para ela, para que possa viver uma vida normal como as irmãs, sem restrições. Estaremos sempre ao lado delas”, ressaltou.

As gêmeas se dão bem e também são muito carinhosas com a irmã mais velha, Laura.

Caso raro
Conforme a avaliação do médico Rudimar Menegotto, que acompanhou a gestação de Raquel, casos com o da fisioterapeuta são extremamente raros.

Ele avaliou que, além de fatores genéticos, a idade da paciente também pode influenciar na formação dos bebês. Quanto mais velha for a paciente, maior a possibilidade de uma criança nascer com alguma síndrome.

“Casos em que gêmeos nasce com a síndrome e o outro não, são raríssimos, cerca de um ou dois a cada um milhão de nascimentos”, disse.

Rudimar explica que gêmeos idênticos, gerados na mesma placenta, possuem os materiais genéticos idênticos e que, em casos de um cromossomo extra, ambos nasceriam com a Síndrome de Down.

“No caso da Raquel, os gêmeos foram gerados em placentas e bolsas diferentes. O exame de ultrassonografia realizado observou uma alteração, com possibilidade do bebê nascer com uma síndrome, o que foi confirmado após o nascimento”, explicou.

* Matéria de Edilson Campos, do site Nordeste 1 (clique aqui)

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