Homem em uma cadeira de rodas entra em um metrô da prefeitura de Curitiba, utilizando uma rampa amarela na porta. Na lateral do veículo, lê-se a placa redonda: 100% biocombustível.

O Preconceito como barreira na inclusão de pessoas com deficiência

05/09/2018 Notícias 0

Os resultados da terceira edição da pesquisa Profissionais de Recursos Humanos – Expectativas e percepções sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, realizada pela i.Social, apontam que o preconceito, assim como a falta de acessibilidade, foco exclusivo no cumprimento da cota e percepção de baixa qualificação dos candidatos com deficiência, é uma das grandes barreiras na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, 70% dos profissionais de RH entrevistados acreditam que as pessoas com deficiência sofrem preconceito no ambiente de trabalho, seja ele proveniente de colegas, gestores ou até mesmo clientes.

Este é um dado preocupante e demonstra que a obrigatoriedade da contratação de pessoas com deficiência, por si só, não é suficiente para combater a discriminação histórica sofrida por esta importante parcela da população e que são necessários outros instrumentos e ações para diminuir esse preconceito.

Pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015) destina-se a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.

Em Cotas: como vencer os desafios da contratação de pessoas com deficiência, publicado em 2009 por Andrea Schwarz e Jaques Haber, sócio-diretor da i.Social, é abordado o fato de que “a legislação é importante, mas não é suficiente para as empresas incluírem em seus quadros pessoas com deficiência com qualidade e consistência”.

Mas, infelizmente, ainda de acordo com a pesquisa Profissionais de Recursos Humanos: expectativas e percepções sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, em 2016, foi constatado, entre as 1459 respostas dos profissionais de RH entrevistados, que 86% das empresas contratam apenas para cumprimento de legislação e, mesmo cientes deste preconceito em torno da contratação de PCDs, cerca de 73% das empresas ainda não possuem um programa de apoio para a quebra deste problema.

Quando uma empresa opta por contratar PCDs visando apenas ao preenchimento das vagas destinadas pela Lei de Cotas (Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991), não há uma inclusão por qualidade, mas por quantidade apenas. A inclusão, na prática, deveria agregar benefícios a todos, independentemente de deficiências, pois visaria o desenvolvimento e o valor da capacidade do ser humano em exercer funções e sua cidadania. “O foco ainda está direcionado para a deficiência do candidato e não em seus potenciais e qualificação, muito menos nos valores que pode acrescentar à equipe e ao ambiente de trabalho”, alerta Jaques.

A sociedade, em todas as suas áreas, deve trabalhar constantemente na capacitação de pessoas e profissionais para que haja a sensibilização, o atendimento adequado, referente às necessidades especiais de cada um. Enquanto houver um limite entre “pessoas normais” e “pessoas com deficiência”, reforça-se uma cultura desigual e preconceituosa, dificultando avanços.

Ações fundamentais, como promover informações tanto aos gestores quanto aos demais, incentivos à capacitação, campanhas de conscientização, treinamentos e incentivos fiscais para a contratação de pessoas com deficiência e o acompanhamento delas regularmente, fazem parte de caminhos para aprimorar o processo de inclusão de pessoas com deficiência.

* Texto retirado do site do i.social (clique aqui)
** Legenda da foto: Transporte adaptado para pessoas com deficiência é uma das formas de inclusão social.

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