Sete profissionais do Samu fazem gestos de Libras para a câmera. Uma delas está sentada em uma moto e há uma ambulância do lado direito da imagem. Todos vestem o uniforme azul do Samu, com exceção de uma, que veste uma camiseta branca.

Auxiliar administrativa ensina Libras no Samu

27/06/2019 Deficiência Auditiva, Notícias 0
Três pessoas, dois homens e uma mulher no meio, lado a lado, sorriem. Vestem camisas do Samu e têm a logomarca do Sistema no alto do lado esquerdo.

Auxiliar administrativa ensina libras para profissionais do Samu em Teresina.

A iniciativa da auxiliar administrativa Patrícia Marques tornou o acolhimento aos surdos mais humanizado no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Teresina, desde agosto de 2017, quando ela decidiu ensinar aos profissionais do Samu a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Patrícia Marques é formada em letras português e a curiosidade pela língua surgiu após conviver com uma aluna surda, antes de ser aprovada em um concurso público para auxiliar administrativa do Samu. Quando foi nomeada, ela percebeu que poderia utilizar os ensinamentos da língua de sinais para tornar o atendimento a surdos mais humanizado e rápido na capital.

“Quando cheguei ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência lembrei da minha dificuldade em compreender o que minha aluna passava. Observei o quanto o nosso atendimento em saúde era deficiente, por não ter a presença de um profissional capacitado para se comunicar através da Libras. Então, resolvi ensinar aos colegas de trabalho o que tinha aprendido quando era professora”, conta.

As primeiras turmas tiveram pouca adesão de técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos, no entanto, Patrícia conta que com o passar do tempo, colegas perceberam ser necessário adquirir conhecimento na área e passaram a participar das aulas.

“O medo de não ser compreendido e fazer o tratamento errado ainda é algo que faz com que surdo já chegue à unidade de saúde com um quadro evoluído. Os colegas perceberam a importância de evitar estes tipo de situação, principalmente nos atendimentos de urgência, e decidiram participar do curso. As aulas foram ministradas através do Núcleo de Educação do Samu de Teresina”, relembra.

A iniciativa deu dão cedo que Patrícia Marques foi chamada para expandir a prática e ensinar a linguagem de sinais para profissionais da saúde de hospitais da capital como no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela. Além dos hospitais municipais das cidades de Amarante e Campo Maior.

Para certificar os atendimentos, as aulas contam também com a participação de instrutores surdos se passando por pacientes. Além das aulas teóricas, os alunos fazem simulação de atendimento dentro das ambulâncias.

Mulher ao centro ensina Libras a várias crianças em uma sala de aula. Na parede, ao fundo, um quadro branco e uma tela com as letras do alfabeto. Dois adultos observam a cena do lado direito.

Auxiliar administrativa ensina libras para crianças do projeto Samurzinho em Teresina.

Projeto Samuzinho
No projeto voluntário Samuzinho que ensina crianças de 7 a 13 anos como reconhecer situações de emergência e orientar os adultos sobre como proceder, os alunos também aprendem Libras. Uma das crianças participante do projeto é uma menina surda de 11 anos, Fernanda Ariele. Ela, juntamente com Patrícia Mendes, ensinam os colegas a língua de sinais.

“Procuramos ensinar para as crianças que todos temos habilidades e diferenças, mas que devemos respeitá-las e aproveitar as nossas habilidades para tornar mais leve a vida das pessoas e assim vivermos em sociedade. Me sinto realizada quando vejo profissionais de saúde atendendo em língua de sinais”, finalizou.

Foi através das aulas do projeto Samuzinho que um menino de sete anos conseguiu realizar manobras de desengasgo e salvou primo de três anos. A família mora no bairro Santo Antônio, na Zona Sul de Teresina, e no momento avô e a tia do menino se revezaram em tentar ajudar o garoto, mas não conseguiram. Foi Walter Neto quem conseguiu socorrer o primo Davi Ilírio graças às manobras que aprendeu com os profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.

* Matéria de Gilcilene Araújo, G1 – PI

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